As novidades propostas pela Prefeitura aos camelôs para o próximo ano são desanimadoras segundo o presidente do Sindicato dos Camelôs e Feirantes de Rio Branco (Sincaf), José Carlos dos Santos Lima, o Juruna. Duas das mudanças para 2009 mais severas é a obrigatoriedade do registro de firma a todos os camelôs e feirantes e a proibição da venda de mercadorias importadas.

Outro problema é o pagamento retroativo de dívidas não cobradas antes da atual gestão municipal.

“Nós já pagamos vários impostos, como o imposto cobrado por utilização de área pública e não temos mais condições de arcar com outras despesas. A Prefeitura só tem lucro com a gente. Despesa, eles não têm nenhuma, pagamos a um zelador e tudo que for preciso”, relatou Juruna.

Uma proposta que também pode não dá certo é a criação do Shopping Popular, porque não será disponibilizado espaço para os feirantes, como os vendedores de galinha caipira. Além disso, o shopping só tem espaço para 400 vendedores, quando há no mercado quase 700 com permissionários, que geram cerca de cinco mil empregos. “Isso sem contar com os informais”, explicou.

“O que estão querendo é acabar com a figura do camelô com esse discurso de descentralização. Se a Prefeitura quer descentralizar, como ela vai trazer para o Centro o Centro de Atendimento Integrado ao Cidadão para cá? A expectativa é que sejam atendidas umas cinco mil pessoas por dia, isso sem contar com a Secretaria Estadual de Saúde, que também está sendo transferida para o Centro da cidade. Com esse tanto de gente, isso vai virar um inferno e não é tirando os camelôs que o trânsito aqui vai melhorar”, disse Juruna.

Dificuldades

Com todas essas medidas, os camelôs não terão como competir com os donos de lojas, que têm condições de vender produtos com preços mais baixos, porque os compram em maior quantidade. Com as taxas de legalização, o lucro será mínimo.

“Teremos que ter muita habilidade para negociar com esse pessoal, mas estamos lutando para que as coisas melhorem”, finalizou Juruna. (Gilberto Lobo)

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